Resenha: O céu está em todo lugar

 "Eu deveria estar de luto, não me apaixonando..."

Título: O céu está em todo lugar

Autor: Jandy Nelson

Editora: Novo Conceito

Sinopse: Este é um livro de estreia vibrante, profundamente romântico e imperdível. Lennie Walker, de dezessete anos de idade, gasta seu tempo de forma segura e feliz às sombras de sua irmã mais velha, Bailey. Mas quando Bailey morre abruptamente, Lennie é catapultada para o centro do palco de sua própria vida - e, apesar de sua inexistente história com os meninos, inesperadamente se encontra lutando para equilibrar dois. Toby era o namorado de Bailey, cujos sentimentos de tristeza Lennie também sente. Joe é o garoto novo da cidade, com um sorriso quase mágico. Um garoto a tira da tristeza, o outro se consola com ela. Mas os dois não podem colidir sem que o mundo de Lennie exploda...

O céu está em todo lugar é um romance contemporâneo. Dramático na medida certa e engraçado o suficiente para quebrar a melação. Este livro consegue fazer os leitores viajarem em um mundo diferente e se identificarem com a história.

Lennie Walker tinha uma vida normal. Tocava clarinete, adorava livros, tinha 17 anos, morava com sua avó, seu tio Big e sua irmã mais velha Bailey. Para ela o fato de não ter conhecido sua mãe, não a tornava uma garota diferente das normais, ela não tinha sentimento nenhum pela mãe dela, nem amor, nem ódio, ela simplesmente não sentia nada porque não havia a conhecido, embora as vezes questionasse o motivo de sua viagem sem volta. Tudo estava como sempre esteve, até que sua irmã Bailey morreu.

"As vezes é preciso perder tudo para encontrar a si mesmo..."

Inconsolável e desestabilizada, ele se enxerga perdida sem poder dividir suas novidades, sem ter com quem implicar todas as manhãs, sem ter com quem imaginar onde sua mãe estava naquele exato momento. E como se não bastasse isso, seu lado pervertido está mais aguçado do que nunca. De repente Toby (namorado de Bailey) se torna estranhamente um instrumento de consolo usado de forma muito depravada, quando menos espera ela se vê o beijando e em alguns momentos quase prestes a transar com ele. Esse é um acontecimento que a martiriza por um bom tempo. Como ela pode estar fazendo isso com sua irmã?

Então, ela começa tentar a compreender a si mesmo e se fixa a idéia de que isso que acontece entre ela e Toby é uma forma de juntar o amor que ela sentia por Bailey e o amor que Toby sentia por Bailey. Mas ainda há Joe, um lindo garoto que entrou inesperadamente para dentro de sua vida. Estar com ele é como se esvaziar de toda tristeza, estar com ele é experimentar um sentimento inexplicável. Ele nunca havia sentido isso por ninguém.

Dado este momento, o livro se passa em uma jornada confusa. Lennie tenta buscar o equilíbrio entre o fato de estar emocionalmente muito ligada a Toby por causa do falecimento da sua irmã e estar incondicionalmente apaixonada por Joe.

Os personagens são muito divertidos, Big, o tio de Bailey é um louco viciado em maconha, a vó de Bailey é uma senhora muito extrovertida que adora pintar e cuidar de suas flores e Sarah é sua melhor amiga que se sentiu triste pela afastamento de Lennie, mas logo elas voltaram a estar juntas.

  

"Todas as manhãs, quando me levantava, ouvia as incessantes batidas, olhava pela janela para a tristeza lá fora e me sentia aliviada, pois pelo menos o sol tivera a decência de ficar bem longe de nós"

O livro é quase perfeito. Eu adorei a linguagem, adorei a história, mas enjoei um pouco com excesso de Bailey, ou seja, tudo está muito relacionado a ela. Em todos os capítulos, Lennie ou qualquer outro personagem falam de Bailey e a história gira em torno disso. Somente no final a trama se desprende dessa morte.

Quem já leu o livro? Gostaram?